21 setembro 2006

A empatia... na escola!

De acordo com o dicionário, o vocábulo empatia significa: de em + Gr. páthos, estado de alma - s. f., capacidade psicológica para se identificar com o eu de outro, conseguindo sentir o mesmo que este nas situações e circunstâncias por esse outro vivenciadas.

Enquanto, como professor, continuar a lamentar a "perda de autoridade" e procurar vãs formas de a recuperar, poucas energias canalizarei para ouvir os sentimentos e as necessidades dos meus alunos...
Enquanto continuar a exigir, a pedir, a mandar, a avaliar, a rotular, a analisar, a comparar, a culpabilizar e a falar demais e não aprender a dar espaço aos meus alunos para expressar, de facto, o que sentem e do que necessitam para nos envolvermos num diálogo criativo e pacífico, receio que nunca mudarei e não me abrirei à possiblidade de contrariar o crescente pensamento pessimista: "o mundo é cruel e, se quisermos sobreviver, também tenho de ser cruel!"... E a indisciplina aumenta, a agressividade verbal e física agravam-se, a falta de respeito e o conflito na sala de aula exacerbam-se!

Há dias, em conversa com um responsável de uma reconhecida editora livreira portuguesa, dizia-me que a publicação de obras na área das Ciências da Educação era um nobre esforço inútil, na medida em que os professores não os compram, logo, não os lêem! Lamentei o facto e concordei... Temos de ser mais curiosos, de saber mais e de conhecermos novas abordagens e técnicas de resolução de conflitos! Elas existem...

Cada vez mais ouço os professores afirmarem: "tenho de dar aulas", como se se sentissem obrigados, impelidos a cumprir uma obrigação, uma tarefa desagradável, onde não se evidencia a possibilidade da escolha. E dos alunos?! Ouço: "Tenho de ir para a aula..."
Pouco enriquecimento vejo nestas vidas... Onde pára a responsabilidade de cada um de nós?! Será que a organização-escola não tem a responsabilidade de criar, também ela, as melhores e sãs condições para que o bem-estar e a felicidade possam, de facto, ser uma realidade?!

Onde está a empatia na escola?! A Sra. Ministra da Educação também é responsável pelas atitudes de cada um?! Quando o aluno é enviado para fora da sala de aula, também devemos a culpa à atitude ou às medidas da Sra. Ministra?! Quando vemos os alunos a abandonar a escola e a ter insucesso, também a Sra. Ministra deve ser culpabilizada?!

Este blog, com tempo e espaço, irá abordar questões relacionadas com a empatia, a mudança ao nível pessoal e profissional e aprofundará, o mais possível, técnicas de comunicação que nos possam ajudar a minimizar os conflitos em vários momentos das nossas vidas, dando prioridade ao contexto escolar...

A ajuda e o contributo de todos os professores é essencial...

3 comentários:

Anónimo disse...

Estou pasmada com tanta flexibilidade e tolerância ...
O amigo é professor? Se o é onde ?!...
Quantos anos tem de serviço?
É que eu sou professora , vai para 29 anos , já apanhei todo o tipo de escolas , alunos , colegas e condições ...
Pergunto : Essa tolerância toda que tem ou diz que se deve ter , não terá a ver com o que tem por trás a "sustentá-lo"? Foi a Sra Ministra que lhe encomendou o sermão?!
Gostava de saber para que raio serve um computador numa sala de aulas no nordeste transmontano quando as criançinhas não teem aquecimento na sala e teem que levar uma latinha com as brasas para colocaram aos pés para se aquecerem . Pois a Sra Ministra não deve ter conhecimento desta escola e de muitas outras nas mesmas condições... é mentira se calhar !!! Vai p'ró saco !.
Além desta situação as crianças ficam tão longe de casa que teem que levar uma marmita com a sopa para aquecer , e um naco de pão com chouriço para se aguentarem toda a manha .
Vá trabalhar no duro e a sério e depois venha criticar com fundamento os professores que teem sido vilipendiados na sua dignidade profissional .
E no estrangeiro onde para o ensino do Português ...?? Só na Alemanha 800 alunos nacionais estão desde Agosto sem aulas o governo não colocou lá docentes ...
Pouca vergonha não há dinheiro? Mas há dinheiro para pagarem chorudas pensões aos "senhores fulanos de tais " e depois arranjar-lhe mais um ou dois tachos como gestores de empresas publicas e se possível tachos vitalícios .
Olhe meu caro e mais não digo que ainda me vai acusar de falta de patriotismo , ou de uma qualquer cegada infantil.
Que Deus o ilumine e proteja a si e aos seus .

Anónimo disse...

Não dá para acreditar no teor e intensidade, por vezes a roçar a deselegância, das palavras proferidas no comentário anterior...
Se a senhora é de facto professora por que não se identifica? E, já agora, se não é pedir muito, em que escola lecciona?!...
Também eu sou professor , vai para 14 anos , e ainda que me identifique umbilicalmente com as palavras do colega José Paulo Santos, não gostaria certamente que a viesse questionar sobre se fora um qualquer Sindicato ou Partido da Oposição que lhe encomendara o sermão...
Gostava de saber "para que raio serve um computador numa sala de aulas no nordeste transmontano quando as criançinhas não teem aquecimento na sala e teem que levar uma latinha com as brasas para colocaram aos pés para se aquecerem"? Pois eu respondo-lhe com todo o gosto... para contrariar a postura derrotista de que alguns portugueses, incluindo professores, parecem padecer, esquecendo os efeitos potenciadores, emocionais e materiais, que a aprendizagem das novas tecnologias pode ter no futuro destas crianças. A aposta corajosa do Governo numa luta sem tréguas contra a infoexclusão tem e deve ser por todos reconhecida, independentemente de gostarmos ou não da política da senhora ministra.
Apesar de não concordar com algumas das medidas anunciadas pelo Ministèrio da Educação, em especial no que toca ao ECD, contínuo, à semelhança de muitos colegas espalhados por todo o país, a "trabalhar no duro e a sério" porque assim o exigem: a minha consciência/ética profissional; os meus alunos e os meus filhos, cujo futuro quero desde já ajudar a construir; e o meu país... PORTUGAL!
Porque acredito no meu trabalho e porque acredito num futuro melhor para as crianças/jovens deste país, concluo com as sábias palavras do poeta: "primeiro ESTRANHA-SE, depois ENTRANHA-SE..."
CARPE DIEM!
Mário Silva

Anónimo disse...

o que eu estava procurando, obrigado