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30 janeiro 2017

Em Tempos de Ódio é Bom Andar Amado



“Nesses tempos de ódio, é bom andar amado” — não sendo minha frase e nem conhecendo o seu autor, reproduzo-a, pelo jogo de palavras usado entre “amado” e “armado” e por nos remeter para o equilíbrio: o ódio combate-se com amor.

Em primeiro lugar, é preciso identificar o ódio. Como se revela? Onde se situa? Como reagir a ele? Com certeza, a nossa tendência imediata é identificá-lo fora de nós. É o outro. São os outros. Eles é que são violentos, eles é que mostram cólera e ódio e maldade. Esses sentimentos, na verdade, todos nós já os experimentámos em algum momento da nossa vida. Uma emoção que não conseguimos conter, que nos domina e que se exprime por palavras, gestos, atitudes, alterações das expressões do rosto, dos olhos, de todo o nosso corpo. A nossa voz, o tom que empregamos é feroz, é agressivo, violento.

Ora, perante um cenário destes, onde toda a nossa energia negativa, violenta, brutal e cruel se manifesta diante do outro, como reage ele? Tem duas opções: a mais comum é preparar-se para retaliar, defendendo-se com as mesmas armas. Usa automaticamente as mesmas atitudes, as mesmas expressões, as mesmas palavras carregadas de violência e ódio. Ou, então, opta pelo silêncio, pela aceitação, por uma atitude de serenidade contrastante. Escuta atentamente o que o outro tenta exprimir. Usa a empatia e aproveita esse momento de conflito para evoluir.

Neste momento, o meu leitor deverá estar a pensar. “Olha, este está armado em Gandhi, em Luther King, Mandela ou Madre Teresa…”. Já me habituei, na verdade, a ouvir tais categorizações. Aliás, essa já é uma atitude de conflito, de provocação, de ironia, que me leva a procurar saber mais sobre o que leva uma pessoa a olhar-me desse modo. Uso a empatia. A escuta. Medo? Insegurança? Incapacidade de ainda acreditar? Também o outro pode evoluir, se for detentor de ferramentas, de processos e técnicas de comunicação que lhe permitam, também a ele, alterar a sua capacidade de observar, de reconhecer os seus próprios sentimentos e as suas necessidades.

Andamos programados. Ao longo da vida, desde o primórdio dos tempos, adquirimos o infeliz hábito de reagir ao conflito com a violência, nas suas múltiplas manifestações e expressões, física e psicológicas. Desde tenra idade, somos rodeados de tais energias tão negativas, seja na família, no casal, na tribo, na política, na religião, na televisão, nos jogos, no cinema ou até na escola. E vai-se perpetuando, porque ninguém nos ensina a fazer de modo diferente. Ninguém nos mostra no dia-a-dia que é possível “desprogramar” este código que até já parece genético, que nos faz crer que vem no nosso ADN, como se fosse uma maldição, um estado natural na vida.

É preciso que todos nós tenhamos essa consciência na nossa incrível força individual de ser um poderoso motor de mudança, no sentido de criar uma nova consciência comum. É possível criar um novo continente, o da relação. A relação comigo e com o outro, em paz, onde cuidamos da nossa higiene da consciência, dos nossos pensamentos e de actos saudáveis, com amor. É possível sim…

Eu ando prevenido: ando amado, em tempos de ódio. E tu?


José Paulo Santos
Artigo de Opinião publicado 
em Jornal A Voz de Cambra
10 de Maio de 2016

08 março 2010

Curso de Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar 2010

Curso de Especialização
em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar
2010

4ª Edição / Março-Maio de 2010

APRESENTAÇÃO:

A todos que frequentem este Curso pretende-se oferecer uma base de reflexão e verificação sobre a forma como a mediação aparece ligada à Educação assim como à Escola, em particular, indicando-se possibilidades de intervenção pragmáticas e transformadoras e banindo quaisquer mitos de soluções mágicas.
Tendo por objecto de estudo e de trabalho os diversos conflitos que se desenrolam na escola, importa essencialmente formar o mediador, figura central da mediação.

COORDENAÇÃO:
Prof. Mestre Elisabete Pinto da Costa
Diretora do Instituto de Mediação da ULP

OBJECTIVOS:

  • Reconhecer a mediação na escola como um instrumento transformação dos conflitos;
  • Perceber a mediação como estratégia de intervenção precoce sobre fenómenos de conflitualidade, de incivilidade e de violência;
  • Enquadrar a mediação na formação pessoal no domínio da resolução de problemas e da educação para os valores;
  • Motivar para a vertente transdisciplinar da gestão e mediação dos conflitos;
  • Desenvolver competências básicas necessárias à gestão e mediação de conflitos;
  • Aprender técnicas para mediar conflitos e saber intervir como mediador;
  • Adquirir conhecimentos sobre a implementação e funcionamento de programas de mediação escolar e planos de convivência.


DESTINATÁRIOS:

Professores dos Ensinos Básico e Secundário, Professores de Educação Especial, Professores de Formação Profissional e Professores do Ensino Recorrente de Adultos, Educadores, Psicólogos, Psicopedagogos, Sociólogos, Assistentes Sociais, Animadores Sociais e Culturais, Mediadores, Técnicos de Acção Educativa, e ainda outros Profissionais interessados no tema.

DURAÇÃO:
90 horas (70h formação teórico-prática e 20h de seminários).

CALENDÁRIO E HORÁRIO:
Curso: sábados, das 9h00 às 18h00 (de 19 de Março a 29 de Maio).
Seminários de Aprofundamento: sextas-feiras, das 18h00 às 22h00 (09 de Abril, 23 de Abril, 14 de Maio, 21 de Maio e 28 de Maio).

LOCAL:
Universidade Lusófona do Porto, Rua Augusto Rosa, nº 24, Porto.


Toda a informação necessária aqui,

na página da Universidade Lusófona do Porto.


12 dezembro 2007

Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar


2ª Edição

A Universidade Lusófona do Porto acaba de lançar a 2ª Edição do Curso de Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar, coordenado pela Prof. Elisabete Pinto da Costa, Directora do Instituto de Mediação da ULP.

Data das Inscrições: até ao dia 1 de Fevereiro/2008.

Calendário do curso: 12 de Fevereiro a 13 de Março/2008.

Duração: 60 horas


Nº de participantes: 25


26 junho 2007

O teatro da violência

No Domingo, 24 de Junho passado, no canal M6 da televisão francesa, tive a oportunidade de assistir a uma emissão (66 Minutes) que me prendeu os sentidos: a formação de jovens professores estagiários sobre a vida na sala de aula, sobretudo, quando o conflito e a violência irrompem.
No próximo ano, estes professores inexperientes serão colocados em escolas, onde poderão enfrentar situações reais de confronto com alunos.
Inspirada na realidade, esta formação, dinamizada por um grupo de actores de teatro, propõe a dramatização de várias cenas de conflito, onde o professor não só deve saber gerir o normal desenvolvimento da aula, como situações imprevistas de agressão verbal ou física, levadas a cabo pelos alunos.
Com a ajuda destes actores e de um dinamizador, os jovens professores assistem a representações que vão desde a chegada de um aluno à sala, quando a aula já decorre, e que chama a si toda a atenção; até a uma situação extrema na qual o professor leva um murro de um aluno.
Numa segunda fase, os jovens estagiários passam a protagonizar a aula e devem mostrar como reagem, como resolvem o conflito, nesta ou naquela situação.
Através desta estratégia, é possível recriar as mais variadas situações de conflito e violência na sala de aula e na sala de professores, de modo a ajudar os professores a analisar, reflectir, debater sobre assuntos que, cada vez mais, marcam, infelizmente, a actualidade mediática.
Dado que o vídeo da referida emissão ainda não se encontra disponível, deixo abaixo uma peça de um telejornal do canal TF1, que ilustra perfeitamente a iniciativa.
Fica aqui também a página na Internet do grupo de teatro interactivo OXO, de Bordéus.


23 junho 2007

Da Guerra... à Paz

Como dialogar com o nosso marido, a nossa esposa, o nosso companheiro, quando rebenta o conflito?

As discussões aumentam, as acusações mútuas avolumam-se (" - tu é que..."; "- és sempre a mesma coisa!"; "- não me ouves..."; "- não me mandes calar!"...), os insultos explodem, os amuos tornam-se frequentes, apoderam-se de nós a raiva, o ódio, a insegurança, o medo...

Estes estados de espírito são comuns a muitos casais. Certamente nos revemos neste género de diálogos, nestes comportamentos e pensamentos agressivos e violentos. São os berros, os gritos ou, então, os silêncios igualmente devastadores e corrosivos.

Thomas D'Ansembourg, na sua conferência-espectáculo, registada em DVD, intitulado "Guerre et Paix Dans Le Couple", baseada na obra "Cessez d'Être Gentil, Soyez Vrai!" (traduzido para português pelas Edições Ésquilo como "Seja Verdadeiro"), propõe-nos assistir a cenas conjugais em palco. Com a cumplicidade e talento da atriz Dominique Lahaut, D'Ansembourg demonstra-nos como é possível passarmos de um estádio de conflito para um estádio de diálogo interno com os nossos sentimentos, as nossas necessidades, medos, frustrações, de modo a sermos capazes de ir ao encontro do outro, procurando entender as suas necessidades e sentimentos.

As ferramentas, os recursos existem em nós. Apenas precisamos de aprender a mobilizá-los neste clima de tensão e de conflito.

A Comunicação Não Violenta (CNV), esta "linguagem do coração", permite-nos descer ao fundo do nosso "poço", encontrar os "lençóis freáticos" das necessidades comuns a todo o ser humano para procurar compreender o outro e nós próprios.

Thomas D'Ansembourg

Thomas, qual é o factor principal da separação do casal?
Quando o casal não diz as coisas verdadeiras, já não vive e acaba apenas por "funcionar". Estamos na "logística": ir às compras, levar os miúdos aqui e ali, o trabalho, os afazeres domésticos, etc. As coisas verdadeiras são os valores partilhados e sobretudo a clareza do sentido do reencontro a dois. Isto pressupõe conhecimento e respeito de si próprio, o que exige muita escuta! E a escuta activa e verdadeira, para muitos de nós, pode aprender-se.
(Fonte recolhida e traduzida a partir deste endereço: http://www.info-ardenne.com/ardennes/node/661)

N’ayons pas peur de se connaître soi pour mieux apprendre à aimer l’autre…
Não tenhamos medo de nos conhecermos melhor
para aprender a amar o outro...




21 junho 2007

A Comunicacação Não Violenta na Prevenção de Conflitos na Escola

Comunicação apresentada no dia 21 de Junho de 2007, no Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro, na Conferência Internacional Ofender e Ser Ofendido | Giving and Taking Offence, entre as 16.15 e as 18.30 horas