07 julho 2016

Aprender o Idioma da Não Violência

Texto publicado no jornal regional A Voz de Cambra.

"Sem querer entrar em campos intimistas ou em exposições autobiográficas, porque não é este o objectivo fundamental deste artigo, apenas desejo refletir e partilhar um pouco a minha visão e os meus sentimentos sobre a descoberta que fiz, há cerca de 10 anos, sobre a Comunicação Não Violenta (CNV) e as técnicas ou método a ela subjacentes.

Graças a Thomas D'Ansembourg e a Marshall Rosenberg, apercebo-me quanto ainda tenho de aprender sobre a Comunicação, tanto no seu sentido lato como nesta particularidade: a comunicação como meio de abertura e de empatia!
Este novo olhar sobre o mundo que nos rodeia, a vida, o outro, desenvolveu em mim uma diferente capacidade autocrítica até hoje desconhecida. Nos vários papéis que desempenho no quotidiano, encontro a aplicabilidade prática desta nova forma de comunicar, de me relacionar com o outro e até comigo próprio.

Percorrendo as várias páginas dos livros daqueles autores, extraimos um potencial imenso de transformação positiva e de algo novo para as nossas relações pessoais, familiares, profissionais.
Enquanto professor, apercebo-me do benefícios significativos que posso adquirir para mim e oferecer aos alunos e aos meus colegas nas escolas, ou em ambientes empresariais por onde vou passando. Estas potentes ferramentas mentais, aplicadas pela fala e pelas ações, ajudam-me a compreender a raiva, o conflito, e auxiliam-me na sua resolução, melhorando as relações com mais empatia!

Embora muito simples nos seus princípios, o processo em quatro fases da CNV é extremamente poderoso para melhorar radicalmente e para tornar verdadeiramente autênticas as nossas relações com os outros, e connosco próprios. É-nos proposto um caminho de liberdade, de coerência e de lucidez! Como não acredito na punição ou no castigo como meio de melhorar a nossa relação com o outro, prefiro percorrer novos caminhos.

Muitas vezes, perante um conflito, as pessoas tentam comunicar, persistindo na atitude ou no tom de acusação, de raiva, de intimidação, culpabilização e de desresponsabilização.
O tom exalta-se e as palavras soltam-se com uma facilidade terrível! Este comportamento impulsivo vive e está latente em nós. Temos muita dificuldade em coabitar com o conflito e reagimos inconscientemente.

"Si je réprime ce qu'il faudrait que j'exprime, je déprime!" Esta belíssima frase proferida por Thomas D’Ansembourg retrata, de facto, o perigo da contenção dos nossos sentimentos e necessidades: "se reprimir o que deveria exprimir, deprimo". Porém, se exprimo os meus sentimentos e necessidades da pior forma, também corro o risco de magoar e de sofrer.

É fundamental encontrarmos, então, o espaço de reencontro connosco próprios, antes de dizer umas "boas verdades" ao(à) nosso(a) companheiro ou companheira. Precisamos de mergulhar nos "lençóis freáticos" das nossas necessidades e dos nossos sentimentos, identificá-los e exprimi-los correctamente, com um vocabulário claro e bem explícito.

Ainda temos muito para aprender! É difícil aprender um novo idioma, a "língua dos sentimentos e das necessidades"? É, sim, mas vale mesmo a pena…

Tem-se falado e recomendado muito a necessidade de aprendermos várias línguas para podermos viajar e contactar com novas culturas. A verdade é que há um outro idioma que devemos acrescentar às nossas vidas: a língua da não violência. Com ela, ficamos munidos das melhores ferramentas para podermos coabitar com os outros, aceitando as suas culturas, os seus costumes e diferenças. Só assim saberemos construir um novo continente: o da Paz."

— José Paulo Santos

http://www.imprensaregional.com.pt/avozdecambra
Segunda de Maio / Primeira de Junho 2016 | A Voz de Cambra

04 julho 2016

Ninguém Nasce Racista

Ninguém nasce a odiar outra pessoa devido 
à cor da sua pele, ao seu passado ou religião. 
As pessoas aprendem a odiar, e, se o podem fazer, 
também podem ser ensinadas a amar, 
porque o amor é mais natural no coração humano 
do que o seu oposto.
— Nelson Mandela —


Saiba como pode contribuir para uma infância sem racismo.

03 maio 2016

BIG DREAM - um sonho em construção

http://www.kisskissbankbank.com/en/projects/bigdream

http://www.kisskissbankbank.com/en/projects/bigdream
Há uns 10 anos, algo surpreendente entrou na minha vida. A minha busca da necessidade de me conhecer e de me relacionar comigo e com o outro parecia ter sido alcançada. Um livro. Um simples livro veio preencher a minha curiosidade e dar respostas a tantas interrogações que, ao longo da vida, me ia colocando. Li-o, reli-o, resumi-o, e ia aplicando no meu quotidiano o que ali bebi. Partilhei-o e ousei orientar workshops, baseados no tema: Comunicação Não Violenta. Ao longo de anos, fui aprofundando, fui procurando outras fontes, novos livros, novos relatos. Contactei com pessoas que, também elas, inspiradas neste método e processo de comunicação, vão construindo as suas vidas em torno da paz, da empatia, da melhoria da sua capacidade de se relacionarem umas com as outras e com elas próprias.
E eis que, hoje, um sonho poderá tornar-se real: o Big Dream. Prepara-se um documentário que poderá ser revolucionário! Mostrará que é possível um mundo mais humano, mais pacífico, onde as pessoas podem viver em harmonia. Um sonho em construção, possível e real!
Mas, para se concretizar, o projeto precisa de apoio, precisa de donativos. Já ultrapassou os 120.000 Euros, mas precisa de mais financiamento. O Projeto BIG DREAM está todo descrito nesta página.
Contribua com um donativo!