30 maio 2007

"Não tenho tempo! Não tenho tempo!"


Quantas vezes ao longo da minha vida me defendi com esta frase?

No início deste blog, propus-me participar assiduamente na sua construção por me sentir fortemente motivada para, qual colibri, contribuir com a minha parte. Contudo, à semelhança de tantas outras situações, deixei "morrer" as ideias por falta tempo para as verbalizar.

Mais tempo passou, desde então, e descubro, agora, que este argumento deixou de fazer sentido quando tomei consciência de que ele era uma de entre muitas convicções limitadoras que habitam em mim há longos anos. Na verdade, deixei-me conduzir por estas falsa verdade e acreditei ser impossível dedicar tempo a mim própria, realizando aquilo que realmente me faz crescer e me dá prazer.

Hoje, interpelada de novo para participar neste blog, estranhamente não consegui proferir a resposta de sempre. E senti que só podia dizer "Sim!". A desculpa do tempo deixou de fazer sentido por ter consciencializado que as minhas crenças e convicções condicionam as minhas capacidades e comportamentos. Experiencio a reprogramação da minha mente para que os meus comportamentos me satisfaçam e me possa sentir feliz com o que sou e dou aos outros.
E a minha linguagem começa a mudar:" Eu consigo arranjar tempo para o que eu quero, porque eu mereço sentir-me bem! Porque é importante para mim!"

E tudo se resume ao seguinte:

Temos tempo para "conversas de surdos" em que um diz uma coisa e o outro interpreta outra. Temos tempo para nos queixar do que nos rodeia. Temos tempo para cumprir as inúmeras obrigações a que estamos sujeitos. Temos tempo para, mesmo de forma inconsciente, alimentar conflitos em defesa dos nossos interesses. Temos tempo para lamentarmos os infortúnios que nos vão acontecendo. E temos tempo para tantas outras coisas que nos oprimem, nos atrofiam, nos violentam...

Todos estes tempos somados resultariam em muito, muito tempo para nos libertarmos desta convicção e aprendermos a linguagem da não violência connosco e com os outros.

E teremos, assim, o tão desejado tempo para aprendermos, crescermos, partilharmos e sermos felizes...

Donos e senhores do nosso tempo!

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